quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Receita de Ano Novo



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser...

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Quero ser PIPOCA!


Quero ser Pipoca!
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Do ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais.
A transformação do milho duro em pipoca macia é simbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo... O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos.

Pipoca que se recusa a estourar chama-se PIRUÁ.
Em Mina Gerais "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram se casar. Minha prima, passada dos 40, lamentava: "Fiquei piruá". Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar... A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...


Livro: As melhores crônicas de Rubem Alves
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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Desaprender


Desaprender para aprender.
Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida.
Basta desaprender o receio de mudar.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sobre nós, nossa substância... Velas e Lâmpadas


O natal está chegando... Valho-me das minhas velas para exorcizar a loucura. Por um ano inteiro eu as deixei esquecidas no escuro de um armário. Um sopro meu as fizera adormecer. E assim ficaram, como a Bela Adormecida, à espera da chama que as faria acordar. Parecem mortas. Mas sei que o toque do fogo as fará viver de novo. Como são humanas! Parecem-se conosco. Também os nossos corpos endurecidos podem arder de novo. Para isto basta que sejam tocadas pela magia do fogo!

Seria possível, por acaso, amar uma lâmpada? Que emoções mansas podem nascer de sua luz forte e indiferente? Quem as chamaria de minha lâmpada? todas as lâmpadas são iguais. Ao morrerem queimadas, nenhuma tristeza provocam. Só o incômodo de terem de ser trocadas por outras.

A vela é diferente... Sua chama modesta, modulada por indecisões e tremores, faz-me voltar sobre mim mesmo. Também sou assim. Minha chama vacila ao ser tocada pelo vento. Por isso posso chamá-la de minha vela. Somos feitos da mesma substância. Temos um destino comum.

O amor prefere a luz das velas. Talvez porque seja isto tudo o que desejamos de uma pessoa amada: que ela seja uma luz suave que nos ajude a suportar o terror da noite.
Sob a luz do amor que ilumina modesta e pacientemente, o escuro já não assusta tanto.

É noite de paz!

Livro: As melhores crônicas de Rubem Alves - As velas, pag. 42.


sábado, 19 de dezembro de 2009

Ser feliz ou não: questão de talento


Leve a semente vai
Onde o vento leva
Gente pesa
Por mais que invente
Só vai onde pisa

Viver ou morrer
É o de menos
A vida inteira Pode ser
Qualquer momento
Ser feliz ou não:
Questão de talento
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Mais louco é quem de diz que não é feliz


Balada do Louco

Dizem que sou louco
por pensar assim
Se eu sou muito louco
por eu ser feliz

Mas louco é quem me diz
Que não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
Que não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
Que não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
Que não é feliz
Eu sou feliz
Música de: Os Mutantes
Ney Matogrosso

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Gotinhas de Humor - Listinha ao Papai Noel


Prezado Papai Noel,

Este ano não tenho a menor intenção de ser humilde, pensar no próximo, ser caridosa. Segue minha lista:
- Desejo que não haja limite nos cartões de crédito, e que exista um código para que a fatura seja automaticamente zerada.
- Não quero me depilar nunca mais! Ou o senhor faz virar moda as pernas, axilas, buço e virilha cabeludas, ou some de vez com todos os pelinhos indesejados de meu corpo.
- Um chocolate que elimine a celulite e hidrate a pele ao ser ingerido.
- Quero uma manicure e pedicure definitiva, que dure para sempre como se tivesse acabado de fazer.
- Quero roupas que sofram uma metamorfose de acordo com as tendências e as estações, com tecidos auto-limpantes
- Se um homem se atrever a me trair, ou estiver mentindo, que uma luz vermelha se acenda em seu nariz, como aquela sua rena.
- Quero comprimidos que alterem automaticamente cor, comprimento e textura do cabelo, permitindo os mais variados penteados
- E também um robozinho que limpe, lave, passe, cozinhe. Que não falte, não peça aumento e não acabe com o sabão em pó em uma semana.
- Bumbum, peitos e coxas, tudo com botõezinhos que inflem e desinflem segundo a ocasião e minhas intenções.
- Que abdominais sejam coisas que possamos comprar prontas, no supermercado.

PAPAI NOEL, MEU FOFO !!! Espero que não seja muito complicado atender minha listinha.
Com carinho,
Uma mulher como "quase" todas...
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domingo, 13 de dezembro de 2009

Cheiro de amor - Maria Bethânia

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De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
Mas o seu jeito de me olhar, a fala mansa meio rouca
Foi me deixando quase louca já não podia mais pensar
Eu me dei toda para você

De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
E meio louca de prazer lembro teu corpo no espelho
E vem o cheiro de amor, eu te sinto tão presente...
Volte logo meu amor


Cheiro de Amor
Maria Bethânia
Composição: Duda/ Jota/ Paulo Sérgio Valle/ Ribeiro

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Geração Y


Dedico ao meu filho Renan, autêntico representante da Geração Y.
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"VAMOS MUDAR O MUNDO!" Nos últimos 60 anos, três gerações marcaram época e mudaram os valores e o jeito de a sociedade pensar. Agora é a vez da Geração Y, eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o mundo.
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GERAÇÃO Y (a partir de 1978)
Com o mundo relativamente estável, eles cresceram em uma década de valorização intensa da infância, com internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam autoestima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido em longo prazo. Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se eles fossem um colega de turma.
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Você é da Geração Y? não? Veja quais são as outras.
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GERAÇÃO X (1965 a 1977) - Nesse período, as condições materiais do planeta permitem pensar em qualidade de vida, liberdade no trabalho e nas relações. Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação já podem tentar equilibrar vida pessoal e trabalho. Mas, como enfrentaram crises violentas, como a do desemprego na década de 80, também se tornaram céticos e superprotetores.

BABY-BOOMERS (1946 a 1964) - São os filhos do pós-guerra, que romperam padrões e lutaram pela paz. Já não conheceram o mundo destruído e, mais otimistas, puderam pensar em valores pessoais e na boa educação dos filhos. Têm relações de amor e ódio com os superiores, são focados e preferem agir em consenso com os outros.

TRADICIONAIS (até 1945) - É a geração que enfrentou uma grande guerra e passou pela Grande Depressão. Com os países arrasados, precisaram reconstruir o mundo e sobreviver. São práticos, dedicados, gostam de hierarquias rígidas, ficam bastante tempo na mesma empresa e sacrificam-se para alcançar seus objetivos.

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Curiosidade Feminal - Os Fiapos

O fiapo como sinal de propriedade

Para deixar claro nosso direiro de posse de uma pessoa ou coisa, nós nos encostamos nela. Tocar a propriedade a transforma numa extensão do nosso corpo. É assim que mostramos aos outros que aquilo nos pertence. Namorados se dão as mãos e se abraçam em público para mostrar à concorrência que têm direito àquela pessoa. A mulher espana fiapos imaginários do ombro do marido para dizer às outras que ele já tem dona.


O fiapo como sinal de discordância

A pessoa que discorda das opiniões ou atitudes de outra, mas não quer se manifestar, tende a fazer deslocamentos gestuais, isto é, usar signos de linguagem corporal aparentemente inocentes que revelam a existência de uma opinião não expressa. Catar fiapos imaginários da própria roupa é um deles. O catador de fiapos geralmente olha para baixo ou para o lado enquanto executa sua ação aparentemente menor e irrelevante, que é em geral um sinal de discordância e insatisfação de estar concordando com tudo.



Desvendando os segredos da linguagem corporal / Allan e Barbara Pease - pag. 213 e 158.

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Caixa Mágica


Fabrico uma caixa mágica
para guardar o que não cabe
em nenhum lugar:

a minha sombra em dias de muito sol,
o amarelo que sobra do girassol,
um suspiro de beija-flor,
invisíveis lágrimas de amor.

Fabrico a caixa com vento,
palavras e desequilíbrio,
e para fechá-la com tudo o que leva dentro,
basta uma gota de tempo.

O que é que você quer
esconder na minha caixa?
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