quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sapato Velho




Você lembra, lembra daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos, um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho de cowboy

Você lembra, lembra
Eu costumava andar bem
 mais de mil léguas pra poder buscar
Flores de maio azuis
E os seus cabelos enfeitar

Água da fonte cansei de beber
Pra não envelhecer
Como quisesse roubar da manhã
Um lindo pôr de sol

Hoje, não colho mais
As flores de maio Nem sou mais veloz
Como os heróis

É talvez eu seja simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio dos seus pés




 
Roupa Nova
Sapato Velho
[Mú / Paulinho Tapajós / Claudio Nucci]

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Apaixone-se...




Acorda, toma um café, penteia esse cabelo e saiba que você não precisa de mais ninguém para ser feliz. O mundo é seu.







Caio Augusto Leite

terça-feira, 29 de maio de 2012

Porque esqueci quem fui quando criança?


Porque esqueci quem fui quando criança?
Porque deslembra quem então era eu?
Porque não há nenhuma semelhança
Entre quem sou e fui?

A criança que fui vive ou morreu?
Sou outro? Veio um outro em mim viver?
A vida, que em mim flui, em que é que flui?

Houve em mim várias almas sucessivas
Ou sou um só inconsciente ser?


Fernando Pessoa

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Estrela cadente



Quando eu estiver
com o olhar distante,
maninha,
com um jeito esquisito
de quem não está presente,
não se assuste,
ó maninha,
fui logo ali,
no quintal do céu,
colher uma estrela cadente.





Roseana Rurray
Poemas de Céu


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Minha alma procura-me


Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.


"Sou um evadido"
Fernando Pessoa

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Viajar! Perder países!


Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.


Fernando Pessoa


domingo, 13 de maio de 2012

Sopro misterioso e encantador - maternidade




Mãe não é uma mulher que ficou grávida e deu à luz. Mãe é um sopro misterioso que toca mulheres e homens e cria neles um jeito de dar colo, de espantar o medo, de cantar canções de ninar, de fazer dormir, de abraçar, de agradar, de não fazer cobranças nem pedir explicações, de repreender com severidade e ternura, de consolar em silêncio, de escutar, de respeitar, de conduzir sem emprurrar ou puxar. Ninguém é mãe sempre. Uma pessoa é mãe quando é tomada pelo sopro da maternidade. Pode ser mulher. Pode ser homem. E que o nome desse dia não fosse Dia das Mães, mas Dia da Maternidade. Porque assim eu poderia ver meu próprio rosto no vitral colorido da catedral.


Rubem Alves


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Viver tudo


Sentir tudo de todas as maneiras, Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.


Álvaro de Campos

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Nítido como um girassol




O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...


E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...


Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...


Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

 
Alberto Caeiro
Poema Segundo
O Guardador de Rebanhos

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Gotinhas de humor - E na hora de jogar o Buquê...

Não se pode dispensar o buquê de flores na cerimônia de casamento, mas na hora da festa vale embarcar neste novo e divertido jeito de comemorar.


O buquê de periguetes, para ser arremessado pelo noivo aos amigos solteiros. Um arranjo com várias bonequinhas que simboliza a renúncia do noivo às outras mulheres.



E para as noivas, o buquê de Santo Antônio é uma ideia que está fazendo sucesso, já que ele é composto por mini bonecos de pano do santinho, que se desprendem na hora de jogar o buquê.


Começar a vida a dois com bom humor, esta é uma ótima receita!





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