Não voltaria no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a inocência que eu tinha - e tenho ainda. Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi? Não tenho saudades nem de um minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim.
Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança.
Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar. Chorei porque daqui em diante chorarei menos. Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela.
Tenho um livro sobre águas e meninos. gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos. Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos. A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras. Viu que podia fazer peraltagens com as palavras. E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios. Até fez uma pedra dar flor! A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta. Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.
Renda-se como eu me rendi. Mergulhe de cabeça no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Dos melhores momentos que passou Me fale que vou te falar dos meus
Eu tenho todo tempo pra ouvir
Os melhores momentos que eu vivi
São todos que passei ao lado teu.
Mas se você quiser não vou lembrar,
Pra não te constranger
Me ver chorar
A gente fala então do que virá
Eu tenho toda vida pela frente
E vou viver da forma mais urgente
Quem sabe um dia eu pare de te amar.
E mesmo que isso possa acontecer
Eu vou sentir saudade de você
Que culpa pode ter o coração
Que pena que a vida quis assim
Você viver feliz longe de mim
A dor rindo da minha solidão...
Se alguém vier pedir o meu conselho
A gente não aprende no espelho
A gente vive e sofre pra aprender
Cada amor é tanto e diferente
A vida insiste em dar esse presente
Comece o dia amando mais você!
E mesmo que isso possa acontecer e
Eu vou sentir saudade de você
Que culpa pode ter o coração
Que pena que a vida quis assim
Você viver feliz linge de mim
A dor rindo da minha solidão
Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida.
Clarice Lispector, in 'Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres'
Giclée é uma palavra de origem francesa, que significa pulverizado, jateado. Foi adotada no meio artístico internacional como nome dessa nova técnica de impressão, tanto em tela (Giclée on canvas) como em papel (Giclée on paper).
A partir da criação de um arquivo digital de altíssima resolução, o (a) artista passa, então, a trabalhar junto com a editora na correção e ajuste de cores até a aprovação da matriz final.
O equipamento usado é uma impressora de última geração que jateia cerca de 4 milhões de gotículas de tinta por segundo e proporciona uma gama de 16 milhões de cores, fornecendo a maior fidelidade à obra original. Nenhuma técnica de reprodução existente hoje atinge tamanha definição e qualidade.
As edições são limitadas, numeradas e assinadas pelo (a) artista, sendo emitidos certificados de autenticidade, garantindo a origem da obra.