SegredosOh! Ontem no baile com ela valsando
Senti as delicias dos anjos do céu!
Na dança ligeira qual silfo voando
Caiu-lhe do rosto seu cândido véu!
- Que noite e que baile! – Seu hálito virgem
Queimava-me as faces no louco valsar,
As falas sentidas, que os olhos falavam,
Não
quero, não
posso, não
devo contar!
Depois indolente firmou-se em meu braço,
Fugimos das salas, do mundo talvez!
Inda era mais bela rendida ao cansaço,
Morrendo de amores em tal languidez!
- Que noite e que festa! E que lânguido rosto
Banhado ao reflexo do branco luar!
A neve do colo e as ondas dos seios
Não
quero, não
posso, não
devo contar!
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Trememos de medo... a boca emudece
Mas sentem-se os pulos do meu coração!
Seu seio nevado de amor se intumesce
E os lábios se tocam no ardor da paixão!
- Depois... mas já vejo que vós, meus senhores,
Com fina malícia quereis me enganar;
Aqui faço ponto; - segredos de amores
Não
quero, Não
posso, não
devo contar!
Imagem: Renoir