quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Meu dia de festa...






Comemoro meu aniversário ao lado de pessoas lindas, e assim,
tal qual as palavras de Osho "torno-me canção":


Torne-se uma canção, regozije-se na vida. Dance com o vento e o sol e a chuva. Você está pisando em solo sagrado, tudo é divino, tudo a sua volta. Não ser uma canção é ser ingrato, não dançar é ser ingrato. Tudo que podemos fazer para mostrar a Deus nossa gratidão é cantar pequenas canções, dançar pequenas danças. Podemos celebrar de nosso próprio modo. Por isso, deixe a vida se tornar uma celebração, um regozijo, uma aleluia!

 





quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Comemorando... Aos filhos de Libra



Era de libra como a lua vista assim é de cor de sal

Era de libra como a luz das sete estrelas
Forma algum sinal
Era de libra quando dá um passo atrás
Pra caminhar legal
Era a balança universal

Era harmonia como o ritmo da vida e o carnaval
Era de libra como a brisa quando passa
E ondula o trigal
Mas tinha medo de saber que o jogo da verdade
Era fatal
Era a balança universal

Era de libra e amava a paz e a justiça natural
Era de libra pra poder unir a idéia
Ao seu material
O simbolismo da figura da mulher
Paixão arterial
Era a balança universal

Era de libra como a valsa, o antigo Egito e afinal
Era de libra e tem a crença da beleza
E do encanto geral
A natureza da firmeza e oscilação
A simpatia e tal
Era a balança universal


Oswaldo Montenegro
Aos filhos de Libra




terça-feira, 28 de setembro de 2010

Con mucho gusto... mi Cumpleaños



Estou comemorando antecipadamente meu aniversário. Dia 30 de setembro é O DIA.
E para quem adora fazer aniversário assim como eu, meu presentinho em forma de poesia de Drummond:


Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aprendendo a desaprender


Passamos a vida inteira ouvindo os sábios conselhos dos outros. Tens que aprender a ser mais flexível, tens que aprender a ser menos dramática, tens que aprender a ser mais discreta, tens que aprender... praticamente tudo.

Mesmo as coisas que a gente já sabe fazer, é preciso aprender a fazê-las melhor, mais rápido, mais vezes. Vida é constante aprendizado. A gente lê, a gente conversa, a gente faz terapia, a gente se puxa pra tirar nota dez no quesito "sabe-tudo". Pois é. E o que a gente faz com aquilo que a gente pensava que sabia?
(...)
Antes de aprender, é preciso dominar a arte de desaprender. Desaprender a ser tão sensível, para conseguir vencer mais facilmente as barreiras que encontramos no caminho. Desaprender a ser tão exigente consigo mesmo, para poder se divertir com os próprios erros. Desaprender a ser tão coerente, pois a vida é incoerente por natureza e a gente precisa saber lidar com o inusitado. Desaprender a esperar que os outros leiam nosso pensamento: em vez de acreditar em telepatia, é melhor acreditar no poder da nossa voz. Desaprender a autocomiseração: enquanto perdemos tempo tendo pena da gente mesmo, os dias passam cheios de oportunidades.

A solução é voltar ao marco zero. Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar.

 
Martha Medeiros
 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Laço de fita





Não sabes crianças? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.

Mas onde? No tempo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,

Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro

Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!

Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.

Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...

Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos

N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.

Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!

Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.

 
Castro Alves

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O que move o mundo



São as águas
da delicadeza
que movem o mundo.

Uma palavra amorosa,
um gesto,
uma carícia,
fazem a Terra
mais azul
e mais leve,
trazem à pele
a memória mais antiga:

Também somos um grão
de estrela e de infinito.

Roseana Murray - Manual da delicadeza de A a Z.
Moinho

domingo, 19 de setembro de 2010

O tempo cura tudo?


O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.



Martha Medeiros

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Descoberta


Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.



Paulo Leminski
 
 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Curiosidade Literária - Prêmio Camões 2010 é de Ferreira Gullar


O poeta Ferreira Gullar  foi premiado pelo conjunto de sua obra, com o Prêmio Camões 2010.

Instituído em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Camões é concedido anualmente a autores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

A escolha de Ferreira Gullar ocorreu em maio, por um júri que se reuniu no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Considerado um dos mais importantes poetas brasileiros, o maranhense Ferreira Gullar  (pseudônimo de José Ribamar Ferreira) está com 80 anos,  é também crítico de arte e ensaísta.

Me leve...

Quando você for se embora,                                 moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Cantiga para não morrer
Ferreira Gullar

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Se procurar bem...


Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.



Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu deixo aroma até nos meus espinhos

                                        
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.



4º Motivo da Rosa
Cecília Meireles


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Espelho, espelho meu

Espelho, espelho meu:
diga a verdade,
quem sou eu?

Se às vezes me estilhaço,
se às vezes viro mil,
se quero mudar o mundo,
se quero mudar o rosto,
se tenho sempre na boca
um gosto de água e de céu,
se às vezes sou tão só
quando me viro do avesso,
se às vezes anoiteço
em plena luz do sol
ou então amanheço
com vontade de voar,

espelho, espelho meu:
diga a verdade,
quem sou eu?

Roseana Murray
in Recados do Corpo e da Alma

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Voa Liberdade



Voa, voa minha liberdade
Entra se eu servir como morada
Deixa eu voar na sua altura
Agarrado na cintura
Da eterna namorada

Voa feito um sonho desvairado
Desses que a gente sonha acordado
Voa, coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado

Voa nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade esta ilusão

Voa no estalo do meu grito
Quero ser teu infinito
Neste azul sem dimensão
Voa...

Voa Liberdade - Magnífica interpretação de Jessé
Composição: Mário Maranhão - Eunice Barbosa - Mário Marcos

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Como dois e dois são quatro

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena

como é azul o oceano
e a lagoa, serena

como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Não quero acertos




Paro um minuto,
sou meu próprio cata-vento:
farejo a direção exata
para que me perca
em trilhas azuis e abstratas.

Busco tudo o que seja inútil;
uma canção inacabada,
um poema escrito à mão,
uma garrafa e sua mensagem
numa lingua ainda não decifrada.

Não quero acertos, quero erros,
um relâmpago e seu segredo.

 


Roseana Murray
Poema: Direções, do livro Carteira de Identidade
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