segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nossos filhos



Na educação de nossos filhos
Todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra... Ensina-lhe a viver sem portas.



Eugénia Puebla
livro - Educar com o coração

domingo, 28 de agosto de 2011

Aprendizado


Eu não posso afirmar que as coisas vão melhorar se nós mudarmos.
O que eu posso afirmar é que para que elas melhorem, nós temos que mudar.



Lichtenberg






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

sábado, 20 de agosto de 2011

Me acorde



Se você vai ficar nos meus sonhos
Não quero acordar, nunca mais
Mas se for de verdade
Me acorde
Só pra me agradar
Me agradar...


domingo, 14 de agosto de 2011

Abro a caixa de pandora



Tenho os caprichos inerentes à natureza da mulher
abro a caixa de pandora que eu quiser
e lanço mão de todo mal e todo bem
avanço a passos largos
alcanço o ponto extremo e vou além
onde se estende a palpitação das células
e se prolongam feixes de neurônios
onde se nasce, morre ou se enlouquece
íntima de deuses e demônios.
Onde habitam as feras, os espíritos das florestas
onde se determina a primavera
e se marcam as nossas testas.
Onde se aprende a sabedoria do fogo
e todas as forças de atração
e se descobre o ponto que orienta
esse mapa de navegação.
Estrela solitária, asteróide desgarrado
luz que aponta o caminho
da viagem da paixão.


 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lógicos e lunáticos


 
Não gosto dos explícitos
Gosto dos tácitos.
Daqueles que me dizem tudo
sem me dizer uma única palavra.

Não amo os lógicos,
os socráticos.
Amo os lunáticos,
os de cabeça virgem
e lírica.
Não amo os pássaros que cantam,
amo os pássaros mudos.


Cassiano Ricardo

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bobo




"É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca.
É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo."



Clarice Lispector

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Não te quero senão porque te quero




Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

 
Pablo Neruda

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Receita de acordar palavras


Palavras são como estrelas
facas ou flores
elas tem raízes pétalas espinhos
são lisas ásperas leves ou densas
para acordá-las basta um sopro
em sua alma
e como pássaros
vão encontrar seu caminho


Roseana Murray

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Avesso




Pode parecer promessa
mas eu sinto que você é a pessoa
mais parecida comigo que eu conheço
só que do lado do avesso

pode ser que seja engano, bobagem ou ilusão
de ter você na minha
mas acho que com você eu me esqueço
e em seguida eu aconteço

por isso deixo aqui meu endereço
se você me procurar eu apareço
se você me encontrar
te reconheço...



Para ouvir Avesso clique aqui
 
Música: Ceumar
Letra: Alice Ruiz

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Multiplicidade do SER

 


Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade
não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que
não sei se existe (se é esses outros)... 
Sinto crenças que não tenho. 
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim
perpetuamente me ponta traições de alma
a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo... 



Fernando Pessoa
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