Sim, eu trago o fogo,
o outro,
não aquele que te apraz,
ele queima sim,
é chama voraz
que derrete o bico de teu pincel
incendiando até às cinzas
o desejo-desenho que fazes de mim.
Sim, trago o fogo,
o outro,
aquele que me faz
e que molda a dura pena
de minha escrita.
é este o fogo,
o meu, o que me arde
e cunha a minha face
na letra-desenho
do auto-retrato meu.
Conceição Evaristo
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