quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Versos de fim de ano - de Drummond


Você sabia que a lua
ainda não foi visitada?
Que há sempre uma lua nova
dentro da outra , e encantada?

É lá que vivem as graças
que nesta quadra do ano
a gente sonha e deseja
a todo o gênero humano.

Mas a lua, preguiçosa,
nem sempre atende à pedida?
A gente pede assim mesmo
até melhorar a vida.


Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Ano Novo nas palavras de Quintana



Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...



Esperança
Mário Quintana


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Para ti


Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que falhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida.


Para Ti
Mia Couto

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Identidade




 Preciso ser um outro
para ser eu mesmo


Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro


No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço




Mia Couto


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A primeira vez que entendi



A primeira vez que entendi do mundo
alguma coisa
foi quando na infância
cortei o rabo de uma lagartixa
e ele continuou se mexendo.

De lá pra cá
fui percebendo que as coisas permanecem
vivas e tortas
que o amor não acaba assim
que é difícil extirpar o mal pela raiz.

A segunda vez que entendi do mundo
alguma coisa
foi quando na adolescência me arrancaram
do lado esquerdo três certezas
E eu tive que seguir em frente.

De lá pra cá
aprendi a achar no escuro o rumo
e sou capaz de decifrar mensagens
seja nas nuvens
ou no grafite de qualquer muro.



Affonso Romano de Sant'Anna

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nuvens...



3 formas de classificar as nuvens

Como:
1. Um bom motivo pra olhar mais vezes para o céu
2. Um ótimo lugar pra se colocar a cabeça
3. O melhor jeito de lembrar que todas as  tempestades desmancham
 
 
 
Silvana Tavano

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quando formos os dois já bem velhinhos



Quando formos os dois já bem velhinhos,
já bem cansados, trôpegos, vencidos,
um ao outro apoiados, nos caminhos,
depois de tantos sonhos percorridos...

Quando formos os dois já bem velhinhos
a lembrar tempos idos e vividos,
sem mais nada colher, nem mesmo espinhos
nos gestos desfolhados e pendidos...

Quando formos só os dois, já bem velhinhos,
lá onde findam todos os caminhos
e onde a saudade, o chão, de folhas junca...

Olha amor, os meus olhos, bem no fundo,
e hás de ver que este amor em que me inundo
é uma alvorada que não morre nunca!





J. G. de Araujo Jorge



domingo, 20 de novembro de 2011

Mar me quer




Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga...


Pois lhe digo, minha Dona. É uma pena a senhora andar por aí fatigando seus olhos pelo mundo. Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga. Sabe o que se faz? Estende-se aí na areia, oblonga-se deitadinha, estica a alma na diagonal. Depois, fica assim, caladita, rentinha ao chão, até sentir a terra se enamorar de si. Digo-lhe, Dona: quando ficamos calados, igual a uma pedra, acabamos por escutar os sotaques da terra. A senhora num certo momento, há-de ouvir um chão marinho, faz conta é um mar sob a pele do chão. Aproveita esse embalo, Dona Luarmina.Eu tiro vantagens desses silêncios submarinos. São eles que me fazem adormecer ainda hoje. Sou criança dele, do mar


Mia Couto



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Palavra do meu corpo




Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo

Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio

Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces




Nocturnamente
Mia Couto




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A adiada enchente



Velho, não.
Entardecido, talvez.
Antigo, sim.

Me tornei antigo
porque a vida,
tantas vezes, se demorou.
E eu a esperei
como um rio aguarda a cheia.



Mia Couto

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Como o perfume...


Nós somos como o perfume
da flor que não tinha vindo:
esperança do silêncio
quando o mundo está dormindo.

Pareceu que houve o perfume...
E a flor, sem vir se acabou
Oh! abelha imaginativa!
que o desejo inventou...



Cantiga
Cecília Meireles

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Receita para dias de chuva

Brasília está chuvosa... propícia para nos aventurarmos em novas receitas.



dia de chuva é para viajar
na neblina e no vento
para dentro para dentro.
um livro fechado espera
que se abram as suas portas
com as chaves do pensamento.



Roseana Murray

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ainda ontem pensava que não era




Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trêmulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"



Khalil Gibran


domingo, 6 de novembro de 2011

Meus caminhos... Minhas nuvens






Na volta da escada
Na volta escura da escada.
O Anjo disse o meu nome.
E o meu nome varou de lado a lado o meu peito.
E vinha um rumor distante de vozes clamando
clamando...


Deixa-me!
Que tenho a ver com as tuas naus perdidas?
Deixa-me sozinho com os meus pássaros...
com os meus caminhos...
com as minhas nuvens...




O Anjo da Escada
Mario Quintana






terça-feira, 1 de novembro de 2011

Uma necessidade e um êxtase



Ide pois aos vossos campos e pomares,
e lá aprendereis que o prazer da abelha
é de sugar o mel da flor,
mas que o prazer da flor é de entregar o mel à abelha.
Pois, para a abelha,
uma flor é uma fonte de vida.
E para a flor
uma abelha é mensageira do amor.

E para ambas, a abelha e a flor,
dar e receber o prazer
é uma necessidade e um êxtase



A abelha e a flor
KAHLIL GIBRAN




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Não cair em sensatez




Só não desejo cair em sensatez.
Não quero a boa razão das coisas.
Quero o feitiço das palavras.



Manoel de Barros


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Borboletas me convidaram a elas





Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta -
Seria, com certeza, um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
Vi que as árvores são mais competentes em auroras
do que os homens.
Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças
do que pelos homens.
Vi que as águas têm mais qualidades para a paz do
que os homens.
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que
os cientistas.
Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do
ponto de vista de uma borboleta.
Ali até o meu fascínio era azul.




Manoel de Barros

domingo, 23 de outubro de 2011

No final das contas...



Com o tempo você vai percebendo que
para ser feliz com outra pessoa,
você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquela pessoa que você ama
ou acha que ama, e que não quer nada com você,
definitivamente, não é a pessoa da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e,
principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar,
não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você..!


Mário Quintana

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Olha-me de novo





Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
desejasse.

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.


Hilda Hilst


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Remorso




Há noites que eu não posso dormir de remorso
por tudo o que eu deixei de cometer.


Mário Quintana

domingo, 16 de outubro de 2011

Senhor, permiti que eu sonhe...



Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa
Com janelas de aurora e árvores no quintal -
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
E ao crepúsculo fiquem cinzentas
como a roupa dos pescadores.

O que desejo é apenas uma casa.
Em verdade, Não é necessário que seja azul,
nem que tenha cortinas de rendas.
Em verdade, nem é necessário que tenha cortinas.
Quero apenas uma casa em uma rua sem nome.

Sem nome, porém honrada, Senhor.
Só não dispenso a árvore,
Porque é a mais bela coisa que
nos destes e a menos amarga.
Quero de minha janela sentir
os ventos pelos caminhos, e ver o sol
Dourando os cabelos negros
e os olhos de minha amada.

Também a minha amada não dispenso, meu Senhor.
Em verdade ele é a parte mais importante deste poema.
Em verdade vos digo, e bastante constrangido,
Que sem ela a casa também eu não queria,
e voltava pra pensão.

Ao menos, na pensão, eu tenho meus amigos
E a dona é sempre uma senhora
do interior que tem uma filha alegre.
Eu adoro menina alegre,
e daí podeis muito bem deduzir
Que para elas eu corro nas minhas horas de aflição.

Nas minhas solidões de amor e
nas minhas solidões do pecado
Sempre fujo para elas, quando não fujo delas, de noite,
E vou procurar prostitutas. Oh, Senhor vós bem sabeis
Como amarga a vida de um
homem o carinho das prostitutas!

Vós sabeis como tudo amarga
naquelas vestes amassadas
Por tantas mãos truculentas ou tímidas ou cabeludas
Vós bem sabeis tudo isso, e portanto permiti
Que eu continue sonhando com a minha casinha azul.

Permiti que eu sonhe com
a minha amada também, porque:
- De que me vale ter casa sem ter
mulher amada dentro?
Permiti que eu sonhe com uma que ame
andar sobre os montes descalça
E quando me vier beijar faça-o
como se vê nos cinemas...

O ideal seria uma que amasse fazer comparações
de nuvens com vestidos, e peixes com avião;
Que gostasse de passarinho pequeno,
gostasse de escorregar no corrimão da escada
E na sombra das tardes viesse pousar
Como a brisa nas varandas abertas...

O ideal seria uma menina boba:
que gostasse de ver folha cair de tarde...
Que só pensasse coisas leves que nem existem na terra,
E ficasse assustada quando ao cair da noite
Um homem lhe dissesse palavras misteriosas ...

O ideal seria uma criança sem dono,
que aparecesse como nuvem,
Que não tivesse destino nem nome -
senão que um sorriso triste
E que nesse sorriso estivessem encerrados
Toda a timidez e todo o espanto
das crianças que não têm rumo...

Manoel de Barros

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rino Mania - Curiosidade Cultural


Em meio ao caos urbano, uma bela surpresa em São Paulo, a Rino Mania.
A exposição reune, no período de 20/09 a 20/10, 60 esculturas de rinocerontes pintadas por artistas, que participaram de uma seleção pública realizada na rede social Facebook. Distribuídas em pontos estratégicos, a intenção é transformar o visual da cidade em uma savana urbana colorida, levando o inusitado da arte e sofisticação para o dia a dia da população.
 

 Artista: Reynaldo Berto

Artista: Maramgoní

Artista: Alex Freitas




Apoio: Secretaria da Cultura da Prefeitura da cidade de São Paulo
Idealização: Will In Art
Patrocínio e Realização: Duratex

domingo, 9 de outubro de 2011

Vaga em teu sorrir





Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.

Dorme, dorme, dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.






 


Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"






 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A verdadeira arte de viajar

 
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós
todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!



Mário Quintana

Se eu fosse um padre



Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
- muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...


Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte -
um belo poema sempre leva a Deus!


Mário Quintana


sábado, 24 de setembro de 2011

Floral





É isto. É primavera.
Estou feliz, em febre.
Outros
politizam suas dores.
Eu
me polenizo
ou polemizo
- com as flores.


Affonso Romano de Sant'Anna

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Liberdade




Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: 
liberdade caça jeito.



Manoel de Barros

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Desvairada Vida



Seria loucura?
Querer o incerto
Secar o molhado
Arar sentimentos
Varrer conflitos
Rasgar verdades
Plantar esperanças
Romper o gelo
Reviver pensamentos
Esperar o retorno
Suspirar em prantos
Desabrochar em sorrisos?

Ou loucura seria?
Desistir do que é certo
Molhar o enxuto
Conter emoções
Concordar com discórdias
Revelar segredos
Negar sonhos
Manter a geleira
Ignorar sentimentos
Cansar da espera
Estancar as lágrimas
Sorrir com ironia?

Que loucura essa nossa
Ao tentar entender
Procurar esquecer
Deixar de querer
Questionar o saber
Sem ter
Ou ser
Que loucura viver!


Angela Bretas


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Navegar é preciso; viver não é preciso





 

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

 


Fernando Pessoa

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu amo tudo




Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.



Fernando Pessoa

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A palavra



Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
 
Que resumiria o mundo
e o substituiria.

Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.



Carlos Drummond de Andrade

domingo, 11 de setembro de 2011

caso





Pode ser mais um capricho
pode ser uma paixão
pode ser coisa de bicho
pode não.

Pode ser já por destino
pelos astros, pelos signos
por uma marca, uma estrela
talvez já estivesse escrito
na palma da minha mão.

Talvez não...

Talvez até nem fique
nem signifique nada
nem me arranhe o coração
pode ser só uma cisma
pode estar só de passagem

Ou não.



sábado, 10 de setembro de 2011

O mais importante é o decidir



Procuro semear otimismo
e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor,
pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar,
cabe a mim decidir entre rir ou chorar,
ir ou ficar, desistir ou lutar;
porque descobri, no caminho incerto da vida,
que o mais importante é o decidir.



Cora Coralina

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Curiosidade Cultural - Esquadrilha da fumaça

Neste 07 de setembro em Brasilia pudemos assistir ao espetáculo da Esquadrilha da Fumaça. Da janela do meu apartamento, a visão foi surpreendente.
 
Tirada por mim, 07/09/2011

Criada oficialmente em 1952, a Esquadrilha da Fumaça é o
Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira (FAB),
responsável pela divulgação da FAB em território nacional e internacional.



Composta por 13 pilotos altamente treinados e capacitados,
a Esquadrilha da Fumaça opera com a aeronave T-27 Tucano,
 projetada e fabricada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).









domingo, 4 de setembro de 2011

tão meigo, tão terno, tão teu...


  
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...


Cora Coralina - Poeminha Amoroso
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...