quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Não faça pouco caso das horas




Sou o Tempo que passa, que passa,
Sem princípio, sem fim, sem medida!
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida!

A correr, de segundo em segundo,
Vou formando os minutos que correm . . .
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.

Ninguém pode evitar os meus danos . . .
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos
Formo um século, e passo adiante.

Trabalhai, porque a vida é pequena,
E não há para o Tempo demoras!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!

 

O tempo
Olavo Bilac

Um comentário:

Will disse...

O tempo é mesmo um garoto levado que vive nos pregando peças. Por outro lado, é tão doce quando aprendemos domá-lo, pois aí ele deixa de nos incomodar.

Lindo poema.

Parabéns pelo post.

Bjim.

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