Obs: Este poema me fez lembrar minha amiga Madá, querida e intraduzível que assim se apresenta em seu Linguagem, imagem, bobagem: "No dia em que eu conseguir me definir... Terei eu deixado de brincar com as palavras.".Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém,
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão;
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte delira
Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte se espanta
Uma parte de mim
é permante;
outra parte
se sabe de repente
Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Poema de Ferreira Gullar
2 comentários:
Que tamanha faceirice!
Que tamanhã gentileza!
Uma parte de mim sou eu,
a outra parte minhas amigas;
com as quais aprendo a me (re)criar...
Elayne. Interessante poema, pois que somos dicotomia e vivemos constantemente na dualidade do sim e do não. Beijos.
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