quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Brasília em cores - Parte III

CANTIGA DE AMOR PARA UMA CIDADE
Há quem te veja nave de aço avião
mas eu te vejo ave de pluma
asas abertas sobre o chão
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Há quem te veja futurista e avançada
mas eu recolho em ti a paisagem rural
lá de onde eu vim: fazenda iluminada
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E quem declara guerra a teu concreto armado
nunca sentiu a paz do teu concreto desarmado
Há quem te veja exata fria diurna e burocrática
mas te conheço é gata noturna quente sensual
enigmática
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Há quem te gostaria só Plano Piloto teu lado Nobre
mas eu também te conheço na periferia teu lado pobre
Há quem só te reconheça nos cartões postais
mas eu te vejo inteira Planaltina cercada de Gamas, Guarás e Taguatingas
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Aos que só te querem grande Patrimônio Mundial
Egoisticamente te declaro patrimônio meu,
exclusivo: Brasília minha e no meu bem-querer diminutivo, Brasilinha
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Paulo José Cunha, poeta piauiense.
Reproduzido do livro "Mais uns: coletivo de poetas"

Um comentário:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Elayne. Passo a você, com todo carinho o selo “Esse blog é show”. Beijos.

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